A obra religiosa de Portinari
com Percival Tirapeli
A obra com temas religiosos de
Portinari aponta para quatro projetos distintos: a
Capela da Nonna, a Série Bíblica, a capela de São Francisco
na Pampulha e por fim as obras de Batatais e Brodowski, realizadas entre 1941 e 1963. Estes projetos estão interligados com outros, de painéis oficiais nacionais e internacionais, sem que isso minimize a arte sacra ante suas obras de cunho histórico, social e
retratista.
Afinal, este gênero foi o que lhe concedeu a possibilidade de premiação com a viagem de estudo ao exterior. Os elos evidentes com o aspecto religioso são sua origem familiar religiosa de imigrantes e a reverencia à arte italiana, em especial a dos afrescos renascentistas. A Série Bíblica é fruto do contato com a arte maior expressionista, de protesto e violência pictórica emanada do contato direto do artista com Guernica, vista no MoMA de Nova Iorque. A da Pampulha, engajado com a renovação arquitetônica moderna brasileira, projeto de Oscar Niemeyer, a utilizar novamente nas superfícies externas a azulejaria e a pintura mural interna, como ocorrera no prédio do Ministério da Educação e Saúde, só que agora em ambiente religioso. E, por fim, em ambiente eclesiástico, na igreja matriz de Batatais, com obras da vida de Cristo e santos em espaços reservados de capelas, e a via-crucis nas faces da nave. Algumas destas figura sacras sem dúvida dialogam com sua obra máxima, Paz e Guerra, exposta no hall principal do edifício da ONU em Nova Iorque.